Costumávamos nos falar por olhares
Em meia década fizemos isso bem
Agora só restam pesares
E dores quando não se tem ninguém
Eu que achava saber viver sozinha
Me encontrei imersa em solidão
Você quem sempre se mostrou tão frágil
Soube bem, muito bem, dar à tristeza um belo não
Hoje fotos, sonhos e saudade me atormentam
Como num melodrama romântico empacado
Hoje finjo não sentir sua ausência
E assim vou despistando minh'atenção do passado
Mais dia, menos dia, verei você com outra pessoa
E todas aquelas promessas já não farão sentido
Talvez seja o ponto final da estória não lida
Pouco vivida, agora esquecida
Guardei as flores, as pratas e recados
Essa foi minha forma de te eternizar
Mas nada levo comigo guardado
A não ser nossos planos
Filhos, viagem, casar
Agora nada me resta a não ser o pranto
O pranto e o ranso do teu chamar
Olho para atrás e me pergunto
Onde nossa luz apagou?
Onde nossa porta fechou?
Onde nosso amor acabou?
Eles ainda perguntam por nós
Com sorriso respondemos ''não há''
Mas ninguém sabe o quanto isso dói
relembrar e nunca deixar essa dor sarar
Nesses versos rimados
Tento te mostrar o que ficou
Na intenção de quem sabe despertar em ti
O mesmo amor que em mim restou
11/2013