segunda-feira, 4 de maio de 2015

Moreno

Caminho, moreno.. Por entre massas e casas
Procurando o que uma vez chamei de lar
Tentando achar sossego em que eu possa descansar
Ando tão cansada de bater asas...


Te espio, moreno... Fazer o mesmo, dizer o avesso
Encontrar carinho, abrigo, alvoroço
Te assisto passear por entre pernas, ser outro
Me pergunto se sentes o dito, ou o oposto

Me recrio, serena... Pois as primaveras não tem pena
Me atropelam com porquês em versão 3D
Corpo, alma e intelecto
Te olho fazer o mesmo, com o gás de criança pequena

Descanso, moreno. Agora no canto em que recriei
Não bato mais pernas ou asas. Elas sentem que raízes criei
Vi meu canto crescer, florescer, desabrochar
Entristecer foi preciso

Meus dias não mais cinzas serão
Meu lugar agora tem cimento seco
Reencontrei paz em meu quintal florido
Meu lar, moreno... Que sempre fora teu peito.