Tanto quis, agora já não chorava mais
Tanto fez, agora não penava mais
Tanto sonhou, agora já não delirava mais
Entre tantos mais com teimosia, voou
Tomou chá de sobriedade, vestiu-se em serenidade
E assim sobreviveu a trovões e pedantes, por entre as vielas
Vielas elas, tão velhas e cheias de tristeza
Que os impediam de provar o gosto do risco e do riso
Deparou-se com suas sombras
Acreditara, no passado, que escuridão se encontrava na mente
Mas escuridão se encontra é entre a gente
Que nem conta se dá do fardo largo que leva entre as costelas
Fardo esse tão desnecessário
Que se esconde entre pores-do-sol e juras
Essas por vezes doces, por vezes duras
Colecionando rostos e egos amargos
Sedentos pela ebriedade lúdica
Sua única forma de alcançar leveza e doçura.