quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Tempo.


E o tempo fechado, abriu. As flores desabrocharam ao amanhecer e, no embalo do canto dos pássaros, meu peito dançou. Sambou com teu corpo colado, em teus braços repletos de doçura e teus lábios carnudos e insaciáveis. Sambou conforme a música que tu colocaste ao longo dos meus dias, fazendo minhas horas se esvaírem de forma insensata.
E o tempo aberto, fechou. Uma nuvem cinzenta me perseguiu, misturando doçura e azedume em um só sabor, diluindo meu desejo em calda de medo, te afastando dos meus dias e tornando meus segundos em horas arrastadas, que ferem minhas emoções à espera do momento em que sempre soube que iria acontecer.
E meu tempo dançou, sambou, ecoou aos gritos do teu nome e fechou. De forma abrupta teus assuntos saíram das minhas pautas, teu aroma não incensa mais meu olfato, nem teus lábios tiram meu fôlego em beijos incansáveis. Minha rotina se modifica a cada dia com a sua ausência. Ausência que molda meus passos, desejos, pensamentos e anseios. Molda meu mundo, que urge pela presença do seu.
E meu tempo passa...