quarta-feira, 12 de julho de 2017

fff

Distraída com meu burburinho mental
Abri uma porta verde escura qualquer
E por essa porta, em uma noite banal
Ele me atravessou, como vento brando

E entre copos e olhares
Acreditei que esse vento fosse manso
E entre dias e paisagens

Atinei-me já dentro de um vendaval

Versos perdidos

Costumávamos nos falar por olhares
Em meia década fizemos isso bem
Agora só restam pesares
E dores quando não se tem ninguém

Eu que achava saber viver sozinha
Me encontrei imersa em solidão
Você quem sempre se mostrou tão frágil
Soube bem, muito bem, dar à tristeza um belo não

Hoje fotos, sonhos e saudade me atormentam
Como num melodrama romântico empacado
Hoje finjo não sentir sua ausência
E assim vou despistando minh'atenção do passado

Mais dia, menos dia, verei você com outra pessoa
E todas aquelas promessas  já não farão sentido
Talvez seja o ponto final da estória não lida  
Pouco vivida, agora esquecida

Guardei as flores, as pratas e recados
Essa foi minha forma de te eternizar
Mas nada levo comigo guardado
A não ser nossos planos
Filhos, viagem, casar
Agora nada me resta a não ser o pranto
O pranto e o ranso do teu chamar
 
Olho para atrás e me pergunto
Onde nossa luz apagou?
Onde nossa porta fechou?
Onde nosso amor acabou?

Eles ainda perguntam por nós
Com sorriso respondemos ''não há''
Mas ninguém sabe o quanto isso dói
relembrar e nunca deixar essa dor sarar

Nesses versos rimados
Tento te mostrar o que ficou
Na intenção de quem sabe despertar em ti
O mesmo amor que em mim restou

11/2013