quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Marina


Filha,
Certa vez ainda quando criança sonhei em ser mãe e, desde então, tive a certeza de que só seria plenamente feliz após a sua chegada. O tempo passou e, através dele, a maturidade bateu à minha porta, me fazendo refletir. Como eu seria capaz de cuidar de uma vida que não fosse a minha? O mundo é tão cruel e eu tão pequena diante dele... Que egoísmo o meu! Mas o mundo é assim, meu amor... O ser humano é mesquinho e egoísta, quando se trata dos seus sonhos.
Mas esse mesmo ser transforma-se em algo transcendental ao ser preenchido pelo mais nobre dos sentimentos: o amor. Amor esse que só me fará completa com a sua chegada; com seus sorrisos para abrilhantar meus dias; seus choramingos para me fazer lembrar que não devo achar que tudo são flores; seus questionamentos, quando você estiver mais velha, para me fazer lembrar que a vida é uma eterna busca pelo conhecimento. Mas, principalmente pelo seu amor... Que me dará um norte quando eu sentir que a vida anda sem rumo, para acalentar minha alma, quando essa sentir falta do que e de quem já passou...
Vem, filha. Por ti espero para sentir o amor em sua plenitude e pureza. Para compartilhar o que aprendi nesses anos e aprender com um ser tão pequeno, que mudará meus dias. Ver em ti, a extensão do meu amor pelo teu pai.
Vem, filha... Te aguardo ansiosa, cheia de interrogações, mas com a certeza de que darei o melhor de mim, para ti.
Vem filha.
Com amor,
Mamãe.