A gente lista sonhos no papel, como produtos a comprar
Esquece que o vital eh o bem estar, o cuidar
Cresce acreditando que o melhor vem do papel valorado
A gente aprende a somar, multiplicar
Esquece o dividir, teme o diminuir
Se encanta com o saber idiomatico
Esquece de falar palavras chaves como por favor, com licenca, obrigado
A gente vive a mostrar o que tem de melhor para o outro
Esquece de viver para o outro, com o outro, pelo outro
Persegue linhas, intituladas como metas, listadas em tinta azul
Como uma especie de projeto couer
A gente deixa de lado, por ser meio antiquado
Aqueles pontos soltos um dia sonhados, rabiscados a giz e apagados
Por ser deveras antiquado para quem veste terno e gravata
E prefere sonhar o giz e viver entre linhas
Entrelinhas
