segunda-feira, 7 de abril de 2014

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Por muito tempo acreditei viver entre anjos demônios;
Por entre paredes, pessoas, verdes atravessados
Por milhões de pensamentos, apartamentos, camas e tormentos
Até encará-lo.

A Besta Fera, como chamado em minha terra; o chifrudo, o demônio.
Aquele que assusta aos vivos, por vezes aos mortos também
O que às 3 da matina vagueia pelas casas e assusta aos que sonambulam por excesso de ansiedade na ...mente
Ele nada mais era alguém que conheço
Em outro ângulo, outro começo.

Tranquei-me em minha escuridão, em minha loucura imersa à tensão
Lutei de mãos atadas, pois desbrava-se a mente com o corpo inerte.
Mergulhei em seus pensamentos, cheios de ódio e campos sombrios
Com erupções de rancor, gargalhadas de inveja... O confrontei.
Repousei após emergir da escuridão e nada mais vi.

Como num lampejo, numa distraida epifania, descobri
Ele habitava em mim.
Achava que o demônio era alguém deformado que viria arrastar-me por entre a escuridão das trevas no meu dia final
Na verdade ele já me arrastava, em cada momento embreagado de loucura
Até eu descobrir como assassiná-lo

Seu rosto familiar, nada mais era do que o meu.
Seu ponto fraco nada mais era do que algo meu.
Minha sanidade. Minha serenidade.